Resenha "O morro dos ventos uivantes" de Emily Brontë
Faz alguns anos que o clássico "O morro dos ventos uivantes" da Emily Brontë figurava na lista dos livros que pretendia ler algum dia, mas sempre adiava esta leitura para outra hora.
Até houve uma vez que comecei a lê-lo, mas acabei o deixando de lado. Agora em 2019, para me motivar a conhecer essa importante obra de literatura mundial, organizei uma leitura coletiva para enfim ler o icônico "O morro dos ventos uivantes".
A leitura coletiva durou do dia 06 até 21 de julho deste ano, participou da LC de "O morro dos ventos uivantes" comigo, cerca de quatro pessoas.
A trama de "O morro dos ventos uivantes" se passa na área rural de um lugar remoto da Inglaterra, e se inicia quando o Sr.Lookwood que alugou uma propriedade chamada A granja da cruz dos Tordos (Thrushcross Grange), chega naquelas redondezas, mas por um imprevisto teve que pedir abrigo em outra propriedade.
Ali ele conheceu e se intrigou com a figura de seu sombrio locatário que atende pelo nome de Heathcliff.
Movido pela curiosidade, Loockwood pede para a governanta contar a história daquele homem. E através de Nelly, a verdadeira narradora de toda a trama de "O morro dos ventos uivantes" conhecemos a história sombria de Heatcliff.
Heathcliff foi trazido para Wuthering Heighs pelo patriarca da família Earnshaw, pai de Catherine e Hindley. Heathcliff foi paparicado por esse homem, o que despertou inveja do filho mais velho que após a morte do patriarca resolveu se vingar do "protegido do pai".
Catherine, porém, mantinha amizade com o rapaz. A relação dos dois era cheia de altos s baixos, marcados pela natureza arrogante de ambos misturada com a atração.
As coisas mudaram quando Catherine se aproxima dos moradores da propriedade vizinha, e aceita o pedido de casamento de Linton visando mais prestígio.
Transtornado pela escolha da amada, Heathcliff abandona a propriedade, mas retorna rico e pronto para se vingar.
No seu grande retorno ele desperta a atenção de Catherine, mas também da jovem Isabel, cunhada de Cathy. Percebendo o interesse da jovem, ele se casa com ela que logo percebe que foi apenas uma peça nos joguinhos de vingança de Heathcliff.
Mas para desespero de Heathcliff, Catherine acaba falecendo após dar à luz a sua filha com Edgar Linton, que também se chamará Cathie.
Insatisfeito com os rumos que o destino tomou, ele maquina completar os seus planos maquiavélicos tendo como alvo o irmão e marido de sua amada, tendo como alvo Cathie (filha de Linton com Cathie), Harenton (filho de Hindley) e Linton ( filho de Heathcliff com Isabel)
O que eu achei...
Eu sabia pouco sobre "O morro dos ventos uivantes" quando iniciei a leitura. Não fui a cegas porque já encontrei algumas referências a obra em livros e alguns comentários pela internet, mesmo assim foi algo superficial que me ajudou a criar algumas expectativas, mas sem saber muito o que iria encontrar na história.
E por isso, fui surpreendida com os caminhos que a trama acabou tomando.
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"O morro dos ventos uivantes" é um livro bem escrito e construído, não tinha como ser diferente quando se trata de uma obra que faz suce"O morro dos ventos uivantes" é um livro bem escrito, o que não poderia ser diferente quando se trata de uma obra que é sucesso há séculos. As características deste romance que mais me agradaram foram a atmosfera que Emily Brontë deu à sua obra e o desfecho do casal Cathy e Harentoon.
Porém, achei "O morro dos ventos uivantes" uma leitura incômoda e que apenas me despertou sentimentos negativos. Foi um imenso alívio quando enfim cheguei na última página desta história.
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Nenhum livro, desde "O outro lado da meia-noite", de Sidney Sheldon, causou tanta revolta durante a leitura. Não era essa a sensação que eu buscava quando comecei a ler "O morro dos ventos uivantes".
A grande responsável pela minha frustração foi a expectativa que tive com esta obra, em relação ao famoso Heathcliff. Até então, esse personagem era apresentado pelo senso comum como o símbolo de um ideal romântico masculino. E no final das contas, no lugar deste "ideal romântico" encontrei o extremo oposto.
O relacionamento dele com Catherine está longe de ser algo a ser almejado. É uma relação marcada por uma obsessão de dois personagens desagradáveis e tóxicos. Além disso, eles podem ser meio-irmãos, uma vez que o pai de Catherine chegou com um menino na residência deles após uma viagem, sem, ao menos, dar uma explicação. Em nenhum momento do livro é explicada a origem de Heathcliff, e antigamente era comum um homem trazer seu filho bastardo para a família, seja como um protegido ou empregado.
Para meu alívio, Emily Brontë escreveu "O morro dos ventos uivantes" para se contrapor com o idealismo do romantismo vigente na época. Ela queria representar de forma negativa o amor obsessivo e exagerado que essa escola literária exaltava, mas acabou escrevendo um célebre romance gótico do gênero.
No livro "Farmácia Literária", O morro dos ventos uivantes é mencionado como o livro indicada para a cura de seu desejo de vingança, recomendo esta leitura à Ana Francisca de "Chocolate com pimenta".
"...o leitor se vinga de Emily Brontë (que pretendeu escrever um romance sobre a loucura de buscar vingança) ficando do lado de Heathcliff o tempo todo por causa de seu amor infindável por Cathy,"
Trecho do livro Farmácia Literária
Não vim falar que "O morro dos ventos uivantes" de Emily Brontë é um livro que não mereça o seu hype. Mas quando avalio uma obra, considero o envolvimento e o que ela despertou em mim para julgá-la e não os seus méritos de construção (não acho que esse papel cabe a mim). E infelizmente "O morro dos ventos uivantes" não foi uma leitura que ganhou a minha estima e não acho que o leria novamente no futuro. Pode ser intenção da autora esse tom seco e ferino, porém eu não sou a leitora certa para apreciar essas características.
Do meu pequeno grupo de leitura coletiva todas consideramos esta uma obra com muitos personagens desagradáveis e tivemos opiniões parecidas.
Mas não se desanime de ler esse livro, mesmo a minha resenha pendendo mais para o lado negativo.
Eu posso não ter gostado, mas tem opiniões diversas. Tem certos livros que são como açaí, alguns amam e outros não. E considero "O morro dos ventos uivantes" como um deles.
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