Resenha A muralha de Dinah Silveira de Queiroz

Conheci "A muralha" da Dinah Silveira de Queiroz, por causa da minissérie da Rede Globo. Acredito  que uma parcela de vocês também  deva ter ouvido falar de "A muralha" por causa desta adaptação.
A minissérie global não me chamou a atenção na época  de sua exibição, mas quando  tive o livro "A muralha" em minhas mãos ele começou  a chamar  minha atenção, mas ao mesmo tempo me assustava.
Para dar um animada nesta leitura o selecionei para figurar na lista do meu desafio pessoal de 30 livros até os 30 anos.


Título: A muralha
Autora: Dinah Silveira de Queiroz 
Páginas:   Editora: Record
Ano de Publicação: 1954
Gênero: Romance Histórico
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"A muralha" conta a história da jovem Cristina, uma dama da corte de Portugal que vem ao Brasil casar com o seu primo Tiago. Chegando aqui nas terras tupiniquins ela se espanta com a rudeza do povo e principalmente decepcionada por não encontrar o seu futuro noivo. 

Em algum tempo, esse processo em companhia das mulheres da familia que a recebeu,  começou aos poucos moldar Cristina.

Cristina  apesar de ser o fio condutório da narrativa de "A muralha", a história  não  acompanha  apenas o seu ponto de vista.

Tem espaço narrativo para focar nos dilemas das mulheres da família Olinto  e explora a força e personalidade de cada uma delas. Também acompanhamos a saga dos  bandeirantes junto com Dom Braz em sua exploração atrás de ouro. Outro ponto narrativo  é Joana Antônia, uma mulher que foi companheira de viagem de Cristina.

Com tantos focos narrativos não é de se estranhar que a obra de Dinah Silveira de Queiroz tenha sido escolhida para várias adaptações. 

 "A Muralha", não é uma história romântica, é uma trama crua que não deixa de lado a violência e preconceitos daquela época. 

Além de contar os fatos que iniciou as "Guerras dos Emboabas", a disputa para explorar o ouro encontrada pelos bandeirantes em Minas Gerais entre os paulistas e os estrangeiros chamado por estes de "boavas". 

Dinah trouxe para a trama de A muralha  alguns fatos que personagens históricos, como o polêmico Borba Gato (o da Estátua, que tentaram botar fogo diversas vezes nos últimos anos ) que liderou o lado paulista dessa disputa e outras figuras históricas importantes nessa disputa como Bento Coutinho e Nunes Vianna.

"A muralha" é uma leitura interessante, cheia de reviravoltas e personagens fortes. Certamente vale a leitura!


Curiosidades do livro A muralha:

A muralha foi publicada em 1954, no aniversário de 400 anos da cidade de São Paulo. Originalmente  foi encomendada pela revista Cruzeiro e publicada em capítulos.  Logo em seguida a editora José Olympo publicou em formato de romance.
No ano de sua publicação, Dinah Silveira de Queiroz ganhou o prêmio Machado de Assis (o principal prêmio literário da ABL), e a medalha da Imperatriz Leopoldina por seus méritos históricos e "A muralha" foi adaptada para a televisão pela primeira vez. 

A primeira de muitas adaptações.

A adaptação de 1954 foi a primeira novela exibida pela Rede Record, logo após teve uma versão  na Cultura (ainda na época da novela ao vivo).
Em 1968 "A muralha" ganhou a sua adaptação mais longa, seguindo o formato de novela que conhecemos. A muralha da Excelsior foi escrita por Ivani Ribeiro e contou com um grande elenco. Contou com nomes como Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Mauro Mendonça. A trama teve 216 capítulos. 
Por último, Maria Adelaide do Amaral trouxe a trama para as telas da Rede Globo em formato de minissérie. A Muralha foi uma das produções mais caras da emissora carioca lá nos anos 2000.  No elenco contou com Alessandra Negrini, Leandra Leal, Caco Ciocler e Tarcísio Meira.

Apesar de ter sido premiado,traduzido para diversos países , ter ganhado tantas  adaptações, o livro "A muralha" ficou por mais de uma década sem ser republicada.
Alguns anos atrás a Editora Instante    republicou "A muralha" e vários outros livros da Dinah Silveira de Queiroz como "Floradas na serra", "Margarida del Roque", "Eles herdarão a terra".




Sinopse:

Considerado um best-seller nacional, narra as paixões, a coragem e a violência dos primeiros desbravadores do Brasil no início do século XVIII, com destaque para a força das personagens femininas.
Cristina é a jovem romântica que vem de Portugal para casar-se com Tiago. Decepciona-se logo ao desembarcar do navio: seu prometido não a aguarda. E, para chegar a Lagoa Serena, a propriedade da família do noivo, precisa enfrentar dificuldades a fim de transpor a muralha da Serra do Mar, que separa o litoral da vila de São Paulo de Piratininga. Mas Cristina terá de lidar com muito mais do que as vicissitudes de uma terra selvagem: a indiferença de Tiago, que parece só querer bem às estrelas, e os hábitos tão distintos daqueles do Reino.
A paisagem e os costumes do tempo colonial são reconstituídos por Dinah Silveira de Queiroz ― ela própria descendente do bandeirante Carlos Pedroso da Silveira ―, com destaque para as enérgicas personagens femininas: afinal, eram as mulheres que administravam e defendiam a casa enquanto os homens partiam nas bandeiras..

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