Resenha: Tom Lake -Ann Patchett
Cheguei a me interessar pelo título, mas no final das contas o primeiro contato com a autora foi agora em 2024, com Tom Lake .
Tom Lake de Ann Patchett foi uma das escolhas do clube do livro da Reese Witherspoon (lembra como esse clube estava no seu auge lá em 2020?)
Sobre o livro:
A trama de Tom Lake tem como plano de fundo o pandemia do coronavirus em uma fazenda no interior do Michigan, cuja atividade principal é a colheita de cerejas.
A narrativa acompanha as mulheres dessa família mãe e enquanto colhem cerejas, se entretêm com a memórias da mãe sobre sua carreira de atriz e principalmente sobre uma antiga paixão dela que virou um astro do cinema.
É desse ponto que parte a narrativa de "Tom Lake". Enquanto Lara compartilha suas memórias com Maisie, Emily e Nell, são feitas algumas revelações para as filhas e principalmente para o leitor.
Lara também compartilha com as filhas sua carreira de atriz, cujo interpretou diversas vezes Emily Weeb da peça teatral "Nossa cidade". Eu não sei muita coisa sobre a peça referida, talvez para quem tem contato com a peça ou o filme de seja mais interessante.
Tom Lake vem a ser um festival de teatro de verão que acontece no Michigan; aonde Lara participou da peça "Nossa Cidade" e se envolveu com Duke. E por isso Tom Lake é o título desta história.
A narrativa de Tom Lake é lenta; não sei se é uma característica comum nos livros da Ann Patchett, mas chega a dar a sensação de que no início não está acontecendo nada. Mas aos poucos a história vai ganhando seus contornos, delineando os seus personagens, a sua ambientação. E quando você se dá conta esta imerso naquelas páginas.
Cada história tem algum propósito; a de Tom Lake é te fazer sentar com seu café (ou chá, dependendo da sua preferência), acomodar-se e entregar-se, no virar das páginas, ao aconchego desta história, na companhia dessas mulheres e de uma boa fofoca. Irá ter momentos reflexivos, talvez até se irrite em algum momento, mas essa sensação de conforto permanece.
Porém, não faça essa leitura com a expectativa de encontrar um livro como Evelyn Hugo. Esse livro vêm sido relacionado ao famoso livro da Taylor Jenkins Reid por ambos ter uma atriz narrando sobre o seu passado e carreira, mas as semelhanças param por aí. As personagens tem personalidades diferentes e o propósito de suas autoras com a história também são diferentes.
Tom Lake e a pandemia da Covid
Enquanto o carro de som passava pela rua pedindo para que não saíssemos de casa, nos instruindo sobre novas precauções como uso de máscaras ou a suspensão das aulas. Eu, além de mesclar entre encarar aquela situação de forma positiva ou de uma forma completamente neurótica, pensava como esse caos iria ser retratado na literatura.
Nos últimos anos deparei com alguns livros que usaram a pandemia da Covid-19 como plano de fundo em suas tramas, entre eles "O bebê é meu" da Oyinkan Braithwaite, "Se a casa 8 falasse" do Vitor Martins e agora Tom Lake.
Em Tom Lake, o Covid e a pandemia não são tão abordadas durante a narrativa; os comentários sobre essa época se escondem em pequenos detalhes, como o fato de Lara comentar em certo ponto da narrativa que dormiu com a agulha na mão enquanto costurava máscaras, ou o fato de Maisie ter que fazer suas aulas de faculdade online.
Lara, é uma personagem que tentava encarar a pandemia por um viés mais positivo, várias pessoas na época foram criticada pelo que foi chamado de positividade tóxica. De fato, apesar da época atípica da pandemia ter refletido como um número de pessoal diminudo na época de colheita e menas oportunidades de vendas em eventos como freiras, o impacto econômico não foi tão impactante quanto em outros casos.
" — Para todos os lados que se olha aí só se vê desespero e falta de esperança — falei. — Virem a cabeça na outra direção…
Apontei para a explosão de pétalas brancas do lado de fora da janela.
— Você não pode fingir que isso não está acontecendo — retrucou Maisie.
Não podia, e não finjo. Tampouco vou fingir que estarmos todas juntas não me enche de alegria. Entendo que essa alegria seja inadequada atualmente, mas a gente sente o que sente."
Enquanto progredia na leitura deste romance da Ann Patchett, acabei lembrando daquela época turbulenta. Quando penso em 2020/2021, eu vejo um grande buraco negro, como se nunca tivesse existido uma época que "Covid" e termos como "o novo normal" fazia parte de nosso cotidiano , mas Tom Lake despertou alguns fatos peculiares que aconteceu naqueles anos e que estavam perdido em minhas memórias
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No geral Tom Lake foi uma boa experiência , pretendo ler mais livros da Ann Patchett, esta na minha minha mira “Bel Canto”, um dos livros do Desafio Rory Gilmore que parece ser promissor e talvez também me anime a ler “A casa Holandesa"
Vocês já leram "Tom Lake? Tem interesse de ler? Digam nos comentários
Não conhecia 😊 boa semana!
ResponderExcluirBoa semana !!
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