Livros recomendados pela Dua Lipa

Quando vi pela primeira vez uma lista com livros recomendados pela Dua Lipa fiquei surpresa.

Apesar de conhecer e gostar de várias músicas dela, tinha um conhecimento supérfluo sobre a Dua Lipa e não imaginava que uma de suas facetas era a de leitora.

E ao contrário das canções animadas da cantora, a seleção dos livros lidos pela Dua Lipa são mais reflexivos e impactantes.

Algo que notei ser frequente nas escolhas de Dua é os livros explorarem culturas diferentes e terem uma carga dramática mais densas. 

Não são histórias aconchegantes ou divertidas,  são  livros feitos para incomodar o leitor.

A Dua Lipa tem um clube do livro, o Service 95 Book Club, no qual ela funciona  como mediadora. 

Durante o mês ela promove entrevistas com o autor, além de outras postagens complementares sobre a obra escolhida. 

 No mês de setembro (2024) a escolha foi "Bad Habit" de Alana S Portero, o livro fala sobre uma jovem trans nos anos 80 .

O "Service 95 Book Club " foi iniciado em Maio de 2023 com "A história de Shuggie Bain", e vários outros títulos como "Nadando no escuro" , "Em prantos no supermecado" e "Confiança"; também passaram por lá 

A lista que postarei abaixo foi retirado do próprio site do Service 95 , em uma categoria chamada Dua Lipa  Recommendation (  recomendações da Dua Lipa.), mas coloquei na imagem  os livros que são  apontados como  os favoritos da Dua. 

Livros lidos

 e recomendados pela Dua Lipa

Livros favoritos

• Metade perdida, Brit Bennet
• A história de Shuggie Bain, Douglas Stuart
• Animal, Lisa Taddeo
• A cidade do sol, Khaled Hosseini 
• Minha vida pequena, Hanya Yanagihara
• Pachinko, Min Jin Lee

Livros Recomendados

• Noughts and Crosses - Zeros & Cruzes, Malorie Blackman 
• Nadando no escuro, Tomaz Jedrowski
• A estrada, Cormac McCarthy
• The wild womans way's, Michaela Boehm
• Widow Basqueat, Jennifer Clement
• Klara e o sol, Kazuo Ishguro
• Teoria King Kong, Virginie Despentes 
• Os monólogos da vagina, Eve Ensler
• O direito ao sexo : Feminismo no século XXI, Amia Srinivasan
• O homem que escutava as abelhas, Christy Lefteri
• Destinos e fúrias, Lauren Groff
• A idade da inocência, Edith Wharton
• Eu serei a última, Nadia Murad
• Aos prantos no mercado, Michelle Zauner
• Livre - Virando adulta no fim da história, Lea Ypi
• Linha M, Patty Smith
• Bom dia tristeza, Françoise Sagan
• Beautiful Star, Yukio Mishima
• Say Nothing, Patrick Radden Keefe
• Confiança, Hernan Diaz
• Shantaram, Gregory David Robert 
• A era imoral, Deepti Kappor
• Um lugar para Mungo, Douglas Stuart
• O segundo sexo, Simone de Boavouir
• A insustentável leveza do ser, Millan Kundera
• Norwegian Wood, Haruki Murakami
• A amiga genial, Elena Ferrante
• Queer Sex, Juno Roche
• Meio sol amarelo, Chimamanda Ngozi Adichie
• Becomig Cliterate, Dra.Laurie Mintz
• Três mulheres, Liza Tadeo
• Kink Stories, Ro Know e Garth Greenwell
• Água doce, Akwaeke Emezi 
• Sete dias em Junho, Tia Willians
• Território de luz, Yūko Tsushima
• As pipas, Roman Gary
• Cem anos de solidão, Gabriel Garcia Marquez 
• Má Feminista - Ensaios Provocativos de Uma Ativista Desastrosa, Roxane Gay
• Lincoln no limbo, George Saunder
• Um estranho no ninho, Ken Kesey

 Li alguns dos 

livros recomendados pela Dua Lipa. 

O que achei?

Apesar de ser mencionado em várias listas como o livro favorito da vida de Dua, não tenho a mínima vontade de ler "Minha vida pequena". 

Ele é um livro robusto e todo o marketing em volta dele gira em torno do sofrimento que causa no leitor por causa das sucessivas desgraças que acontece ao personagem principal. 

Para algumas pessoas  este tipo de proposta funciona, mas não é o meu tipo de leitura.

Escolhi dois dos livros lidos pela Dua Lipa para falar nesse post, porém como havia lido antes de conhecer essa lista dois dos livros favoritos da cantora também irei comentar sobre eles aqui.

 Os dois livros que selecionei foram indicações  no "Service 95", o "Metade Perdida" foi lido em Novembro de 2023, e "Aos prantos no supermecado" para o mês de Abril de 2024.

A cidade do sol, Khaled Hosseini.

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Faz bastante tempo que li "A cidade do sol", este blog ainda  não existia.

O tempo pode fazer algumas informações sobre a obra, mas não  o qur foi sentido durante a leitura.

"A cidade do sol" foi uma leitura que me envolveu, impressionou. Despertou em mim sentimentos como raiva e me emocionou. 

Na época dificilmente chorava com livros, mas esse conseguiu arrancar várias lágrimas de mim.

 "A cidade do sol" não é exatamente o estilo de livro que eu tenho costume de ler, eu prefiro ler os livros mais aconchegantes e divertidos.

Por isso mesmo acho que "A Cidade do Sol" é um livro que duvido muito que releia algum dia.

Sinto um pouco, pois na época não prestei tanta atenção no ponto de vista histórico da obra e sim no drama das duas personagens principais  a união que foi surgindo entre elas. 

Percebi que cometi esse sacrilégio quando comecei a ler "Eu sou Malala" que apresentava de certa forma o mesmo cenário e eu não ter lembrado de "A cidade do sol" imediatamente. 

Pachinko, Min Jin Lee.

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Pachinko é uma leitura mais recente, "A cidade do sol" eu li em Janeiro de 2014 e "Pachinko" em 2022. 

Eu escolhi "Pachinko" para estar presente na minha lista de "30 livros até os 30 anos"  e ele figurou como uma das minhas melhores experiências do projeto, além de estar entre os meus favoritos daquele ano.

Pachinko não chegou a ter o mesmo impacto emocional que "A cidade do sol" conseguiu atingir, mas foi uma experiência interessante de leitura.

Neste caso, eu prestei atenção no contexto histórico e cultural.

Sabia poucaa informações sobre a participação do Japão na Segunda Guerra mundial e a ocupação dele em países asiáticos como a Coreia.

 Acabei entendendo melhor o motivo da Coreia ter se dividido em duas, por exemplo. 

Temia que o livro fosse muito sério e pesado, mas ao contrário, foi uma jornada interessante e emocionante.

A metade perdida, Brit Bennett 

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Eu posso ser considerada facilmente como uma pessoa branca pela maioria dos círculos sociais que frequento. 

De fato na minha certidão de nascimento estou descrita como branca, mas sou tão branca quanto as irmãs gêmeas desse livro.E nunca tive tanta dúvida se estou declarando certo minha etnia desde que li esse livro.

Nunca tinha pensando sobre colorismo, faz pouco tempo que ouvi esse termo e não havia dado até então muita atenção ao tema. 

Eu não acho que uma história como a de "Metade Perdida " aconteceria no Brasil. Os Estados Unidos tem uma forma diferente de classificar as raças que a nossa, e por isso a pauta do colorismo não tem o mesmo impacto, mas comecei notar mais sobre como o nosso país lida com o resultado da miscigenação das raças.

A trama de "A metade perdida " também me deixou bastante envolvida, o caminho que a escolha de cada uma das irmãs teve um peso tanto em suas vidas quanto na de suas respectivas filhas.

A leitura se divide em vários pontos de vista e espaço tempo, o que  pode confundir alguns leitores, mas fez a leitura ser mais instigante.

 

Aos prantos no supermecado, Michelle Zauner.

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Na realidade nós nunca superamos a perca de alguém que amamos. Com o tempo nós seguimos em frente, pensamos menos na pessoa que perdemos, mas por causa de um comentário aleatório ou algum outro acontecimento, desencadeia toda aquela dor novamente.

 No caso da Michelle Zauner, esse gatilho é as visitas a rede de mercados H Mart (uma rede de mercado americana especializada em produtos asiáticos) o que fez a escolha do titulo "Crying in H Mart" ser perfeita e o primeiro capítulo ser emocionante.

A base de "Aos prantos no mercado" gira em torno das memórias da relação cheia de altos e baixos da autora com sua mãe, agora falecida, ao longo do tempo. 

Uma relação marcada por incompreensão, diferenças, mas principalmente por muito amor, onde a culinária coreana tinha um papel importante, um elemento que unia as duas.

 E essa mesma culinária acabou ajudando a Michelle Zauner enfrentar o seu luto.

Dos selecionados dessa lista de livros lidos pela Dua Lipa, "Aos prantos no mercado" foi o que menos gostei. 

Eu analiso as autobiografias/livros memórias de acordo com o quanto ele me marca e dialoga comigo e isso aconteceu pouquissimas vezes com este livro.

 Acredito que muitas coisas narradas por Michelle Zauner acabava criando uma conexão mais forte, por exemplo entre ela e a Dua Lipa, pois as duas tem envolvimento com o universo musical e viajam bastante, do que comigo.

Outro fator que teve seu peso no meu envolvimento com essa leitura foi o fato de não conhecer nada do trabalho da Michele Zauner (quando comecei a ler este livro pensava que ela era uma jornalista).

 A dor que ela sentiu com a perca da mãe foi o que impulsionou as composições das canções que a levaria ao sucesso, e se eu tivesse conhecido essas canções eu sei que teria me sentido mais conectada. Normalmente não saber nada da pessoa que escreveu o livro não interfere na minha apreciação do seu livro de memórias, mas "Aos prantos no mercado" foi uma exceção.

 Não cheguei a chorar durante a leitura, mas isso não quer dizer que não fui tocada pela narrativa. 

É inevitável se colocar no lugar de Michelle ao ver sua mãe se definhando por causa do câncer, e se sentir despreparada para enfrentar aquilo. 

Da tristeza de perder uma pessoa que é o seu alicerce e saber que terá que descobrir um jeito de seguir em frente sem ela.

No final resolvi dar 4 estrelas. É uma boa nota, não dei 5 porque no começo estava achando a leitura muito monótona.

***

Se esse fosse o "Deu Match" (um quadro do canal "Resenhando Sonhos"), agora era o momento que iria calcular as notas e medir minha compatibilidade literária com a Dua, e o resultado é que nossa compatibilidade é bem alta. Só que acho que essa conclusão não seria muito verdadeira, pois sei que apesar de serem livros que eu soube apreciar, não são exatamente aqueles títulos que eu fico muito empolgada para ler.

Então resolvi indicar um livro para a Dua Lipa, porquê talvez algum dia ela tenha interesse em ler algo do Brasil e poderá com a ajuda do Google Tradutor procurar um livro que algum brasileiro indicou para ela e chegar nesse blog. Um caminho hipotético, mas possível. 

Acredito que a Dua irá gostar de "Torto Arado" do Itamar Vieira Junior, este é um livro denso que apresenta um recorte de parte da cultura e história do nosso país. Características que parece que Dua Lipa aprecia em suas escolhas.

Além disso, "Torto Arado" já foi traduzido para o inglês sob o título de "Crooked Plow", então seria mais fácil ser adquirido pela cantora. 

Outra opção é "Terras do sem fim " do Jorge Amado, publicado no exterior como "The Violent Land".

Você também tem algum livro favorito em comum com a Dua Lipa. Diga nos comentários