Eu reli, Os elefantes não se esquecem ", da Agatha Christie | Resenha

Os elefantes não se esquecem

   Eu resolvi reler Os elefantes não se esquecem, da Agatha Christie.  O livro que eu menos gostei da Agatha Christie. Eu resolvi dar essa segunda chance a obra para ver se minha opinião sobre  o livro mudou. Será que isso aconteceu?

  Tem pessoas que não gostam de reler livros, acham que é perca de tempo, e talvez também tenham outros argumentos. Talvez você seja uma dessas pessoas e entenda melhor a razão de não gostar de reler livros do que eu.
   Eu tenho o hábito de reler, principalmente os livros que eu tenho uma boa lembrança da época da leitura, nem sempre tem que ser um livro favoritado. Na maioria das vezes é uma experiência mágica poder reencontrar aqueles personagens e enredos já conhecidos. Ao mesmo tempo que nos transporta para o passado, notamos detalhes que das outra vez parece que passaram despercebidos.
    E às vezes eu resolvo dar uma segunda chance para algum livro que não gostei muito da primeira experiência. E algumas vezes a forma como enxergo este livro muda completamente. E este é o caso de Os elefantes não se esquecem da  Agatha Christie.

 Eu li Os elefantes não se esquecem pela primeira vez em 2008 ou 2007, não lembro exatamente do ano, mas recordo  que foi no mês de Julho porque peguei emprestado da biblioteca pública da cidade da minha avó. Acredite se quiser, a biblioteca da minha cidade só tinha "Passageiros para Frankfurt".
  Eu tenho orgulho dessa visita à biblioteca em especial, porque esse dia a minha avó materna me acompanhou  até lá e eu mostrei a biblioteca para ela e eu lembro que fiquei tão feliz por ela ter estado lá. Também foi a primeira e  última vez que eu saí pela cidade sozinha com a minha avó. Atualmente ela não consegue andar sem o auxílio  de um andador e é uma coisa rara  ela sair  de casa.
   Naquele dia eu peguei tanto Os elefantes não se esquecem quanto "A mão misteriosa ",um caso da Miss Marple que eu gosto bastante, considero o meu segundo favorito da simpática  detetive criada pela Agatha Christie, perdendo apenas para "Convite para um homicídio".

Agora Os elefantes não se esquecem disputa o lugar do livro que menos gostei da Agatha com "Passageiros para  Frankfurt " 

O fato é que não lembro porque não gostei de Os elefantes não se esquecem e muito menos lembro quem é o assassino neste livro 

A minha edição  é essa antiga publicada pela Record


Sinopse:
Foi a mãe dela que matou o pai ou foi o pai que matou a mãe?” Ariadne Oliver fica pasma com a impertinência da sra. Burton-Cox ao lhe perguntar, tão casualmente, sobre o trágico passado de sua afilhada, Celia Ravenscroft. Mesmo assim, a questão desperta sua curiosidade, pois o caso nunca foi esclarecido. Para investigar esse crime, Ariadne pede ajuda ao detetive Hercule Poirot. Ele tem certeza de que a resposta ainda está na memória das antigas testemunhas – e agora cabe a ambos remexer o passado e descobrir como as peças desse complexo quebra-cabeça se encaixam. Publicado em 1972, Os elefantes não esquecem foi um dos últimos livros escritos por Agatha Christie. Para além de um mistério intrigante, o romance esconde nas entrelinhas revelações autobiográficas sobre a autora.



Parte 1 :Viagem ao passado

Motivos pelo qual não gostei desse livro na primeira vez  

Este livro é um dos casos do Hércule Poirot com a sra. Ariadne  Oliver .E este acho que pode ser o primeiro ponto que me irritou. Eu não sabia quem era  Ariadne e muito menos  que aquela figura era recorrente no universo da Agatha Christie ou que ela é considerada como uma espécie de "alterego" da Agatha Christie. Eu não sabia nem o que era alter-ego para começo de conversa. Talvez até tinha ouvido o termo ,mas dei a mínima. 
Eu já tinha lido um livro com a Ariadne antes de Os elefantes não se esquecem  o "Noite das bruxas " , mas ela apesar de ter tido  alguma importância  no início deste caso, no final  das contas ficou perdida no meio dos outros personagens. Até me surpreendi quando notei em minha releitura de "Noite das bruxas " que ela estava marcando presença ali.
Note-se que quando eu tinha meus 14/13  anos, detestava quando pegava um livro que não  era do Poirot. E apesar  do detetive belga ser o detetive desse livro em especial , os interrogatórios  ficaram por conta daquela desconhecida Ariadne Oliver ( o que provavelmente  irritou a Bárbara  de alguns anos atrás )

Este também é um daqueles casos de que o crime acontece há muito tempo antes (12 anos ,se recordo bem) e através das memórias de alguns dos entrevistados, aqui chamados de elefantes, que o mistério é desvendado. Este não  é a primeira  vez que Poirot resolve um caso assim ,"Os cinco porquinhos " inclusive é bastante citado durante a leitura. Porém nesta época foi o  primeiro  mistério que li que funcionava desse jeito. E eu estranhei  esse formato...se pensar bem ,em  Os elefantes  não se esquecem não acontece nenhuma morte no tempo presente da história. Não tem aquele clima de " o assassino está entre nós" ou "quem matou quem".O que torna a história um pouco desinteressante para uma pessoa que queria ler um whodunit.

E eu descobri que não entendi muito bem o conceito dos elefantes, por algum motivo acreditei que as pessoas escolhidas tinham semelhanças físicas com os elefantes e por isso teriam boas memória. O que é uma ideia bem ridícula ...Na minha memória, parecia que tinha até momentos que era feita descrições físicas da pessoa ressaltando o que elas tinham parecido com a dos elefantes . E bem ,pelo menos nessa edição ,essas descrições absurdas não existem ! 
Agora de onde eu tirei essa história , realmente eu não sei. A comparação com os elefantes é só dizer que assim como os elefantes, as pessoas também não esquecem, o que faz muito mais sentido.

Resumindo os motivos 
1 - Quem é essa Ariadne Oliver na fila do pão?
2-Eu vim aqui por causa dos assassinatos...Cadê?
3- Os "elefantes " não se esquecem...Que ideia boba!




Parte 2-Presente 

Meu Veredito sobre essa segunda experiência 


A minha segunda experiência  com Os elefantes não se esquecem foi totalmente  diferente  da primeira .
O que faz sentido, já que o meu propósito também era completamente  diferente. De certa forma eu também estava fazendo uma investigação sobre algo que aconteceu no passado, assim como Poirot estava .Só que com propósitos diferentes...
Confesso que por um momento fiquei chocada com o fato de não ter gostado nenhum pouco de Os elefantes  não se esquecem naquele inverno de 2008/2007 .O Poirot e  a Ariadne fazem várias piadas, a Agatha estava meio afiada no quesito humor  nesse livro. Existe algumas reflexões  sobre como funciona nossas lembranças  que achei interessantes, referências a casos antigos de Poirot e nem achei os interrogatórios/ conversa  com "os elefantes" tão tediosas como a minha mente se lembrava .
Foi uma leitura que fluiu de uma forma leve e deliciosa, me arrancando sorrisos em alguns momentos. Quase cogitei de dar à  esse livro  um pulo do final deste ranking (Meu ranking  pessoal da Agatha  Christie) para uma posição melhor, bem perto do topo dos meus livros favoritos da Agatha.
Achei interessante  que surgiu na historia uma conversa  sobre estudos  com  gêmeos idênticos feito na área de psicologia .Na hora achei que fosse  "psicologia  de botequim", mas ao pesquisar percebi que eu estava errada. Acabei até achando  um caso que pretendo pesquisar melhor no futuro sobre um experimento bizarro com trigêmeos que aconteceu nos anos 80.Tem até um documentário  sobre ele intitulado  "Três estranhos idênticos " que está disponível na Netflix. E este caso comprava algumas das coisas que Agatha falou nesse livro.
Não sei se era especulação dela ou de fato ela teve acesso à alguns estudos na época neste sentido. Em minhas pesquisas  superficiais acabei me deparando mais com pesquisas mais recentes com gêmeos.
O que realmente me fez mudar de tornar este um favorito foi que  achei a conclusão  melodramática demais para o meu gosto. Algo que talvez a minha versão do futuro  nem iria se incomodar...ou talvez achasse ainda mais coisa de novela mexicana do que minha versão atual.

Dei  3 estrelas e meia para Os elefantes não  se esquecem, não se tornou nenhum favorito, mas mudei minha visão sobre ele. E pode compreender  os motivos que não havia gostado na outra vez que o li ,cujo hoje em dia acho irrelevantes. Por exemplo, atualmente  eu gosto muito da Ariadne Oliver e os casos que ela aparece ajudando o Poirot ou outro personagem (ela aparece em "O cavalo amarelo).Outra coisa que acho que deixou essa leitura mais legal agora foi a referência  a outros casos do Poirot como "O cinco porquinhos " que na primeira vez que o li não podia fazer essas conexões .

Talvez  seja um livro mais proveitoso  para quem já conhece mais casos da Agatha  Christie. 

Abaixo o vídeo da Duda, que de certa forma foi quem me animou a fazer essa releitura. 




E você já deu uma segunda chance para  um livro que não gostou? Diga nos comentários 
 

Comentários

  1. Amo reler livros. Acho bacana para saber o que vai sair e ficar da minha estante.
    Acho maravilhoso e gostei de saber que releu.
    Amei a opinião e vi que ficou dividida em qual gostou menos e isso acontece. Os gostos com o tempo podem mudar também.
    Beijos.


    http://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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    Respostas
    1. Desculpa Vanessa ,eu não entendi o seu comentário. Como assim eu fiquei dividida? Eu odiei a primeira vez kkkkk...e desta vez eu gostei bastante,apesar de não ter se tornado um favorito.Eu sei quando eu gostei menos,foi na primeira vez

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  2. Olá,
    Ando relendo bastante os livrinhos aqui em casa, alguns pra se despedir de vez mesmo. Mas boa parte a sensação é outra e interpretação tb. Fico realmente pensando na história se a idade, se a gente não tava pronta kkkkk
    Esse é um da Agatha que preciso conhecer. Mas sem condições no momento de continuar comprando essas edições novas.
    Amei que ele tem uma conexão com uma memória fofa da sua avó.

    até mais,
    Canto Cultzíneo

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  3. Oie ! Eu tenho costume de reler livros quando não tenho nenhum novo hahaha, mas realmente é interessante reler livros pra firmar experiências e coisas que aprendemos ♡

    www.blogresenhando.travel.blog

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  4. Oi Babi, eu tenho esse costume de reler alguns livros, mas especialmente aqueles que me marcaram (positivamente) de alguma forma. Os que eu não gostei acabo não relendo, ou porque já doei ou porque tenho sempre alguma leitura nova me esperando. Achei MUITO interessante essa sua segunda experiência com o livro, realmente tem livros que a gente lê em determinadas épocas da vida que não fazem muito sentido... e a gente só vai ter cabeça ou maturidade para entender muita coisa depois. 'Os Elefantes Não Esquecem' eu nunca li, mas também não sou uma grande leitora de Agatha Christie. Beijo, beijo :*

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  5. Eu, particularmente, gosto de reler livros. Na minha adolescência eu relia alguns: a série Hush Hush, Como se Livrar de um Vampiro Apaixonada, agora com meus 28 anos reli a série Beautiful Creatures (dezesseis luas), e gosto muito porque a gente tem uma perspectiva diferente de quando lemos a primeira vez. Li poucos da Agatha: Assassinato no Expresso do Oriente e A Mão Misteriosa.

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  6. Oi Babi, tudo bem?
    Também gosto de reler livros, acredito que nossa visão pode sim mudar, conforme amadurecemos. Ainda não li nada da autora, mas tenho vontade.

    *bye*
    Marla
    https://loucaporromances.blogspot.com/

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  7. Oi, Babi. Tudo bem? Eventualmente eu releio alguns livros que li, no entanto prefiro reler livros que me marcaram positivamente, sendo assim dificilmente eu releio livros que eu não curti. Mas gostei de saber que você tenha dado uma segunda chance para OS ELEFANTES NÃO SE ESQUECEM. Eu já li alguns livros da Ágata, mas este em específico eu ainda não li, depois de sua experiência com este livro fiquei bastante curioso com a obra. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  8. Ai Babi, confesso que dei muita risada lendo a sua descrição da primeira vez que leu o livro. Mas eu também me confundiria com o título haha

    Eu ainda não li, mas li Noite das Bruxas, que foi quando conheci a Ariadne. Não sabia que ela era conhecida em outros livros. E nem que era um alter ego da Agatha. Então, me sinto como a Babi de 14 anos haha

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  9. Oi Babi, tudo bem?
    Eu gosto de releituras sim, mas não de todo e qualquer livro que eu tenha lido. Achei muito interessante conhecer suas percepções nas duas leituras e mais ainda de ver o quanto sua visão da história mudou. Eu amo a Agatha e acho que já li todos os livros dela publicados por aqui. Bjus

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  10. Oi Babi, eu gosto de reler livros, apesar que tem muito tempo que não faço isso, pois as parcerias e leituras coletivas se acumulam por aqui e acabo não dando conta, =/. Em relação à sua primeira impressão, creio que foi mais por conta dos susto mesmo que não gostou. E agora, já adulta e até ciente da sinopse, sua impressão mudou. O que é bom, porque mostra que podemos repensar nossos conceitos, haha. Fico feliz que esse tenha se tornado um de seus favoritos. Vou colocar na minha lista, para ler também.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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  11. Awesome ❤️
    Your creativity is inspiring !
    Nice article, thanks for sharing this!
    Ferbena FASHION BLOG

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